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domingo, 13 de novembro de 2011

Febre

Nos textos que escrevo encontro-me muitas vezes em caminhos cruzados, perdido nas palavras, deambulo pelas ruas e avenidas do meu pensamento, vagueio na busca de quem quero ser.
Como, Quem me define?
Há tempos que não me atinge o reconhecido estado febril, este sentir hipnotizado pelo que me sai da alma através dos dedos, desenhar mundos alternativos, sonhar como me deverei trabalhar para ser no futuro.
O simplismo do meu agora já foi mais satisfatório, nos outros apenas uma me lê, aposta, acredita e faz-me ser feliz, por uns instantes a felicidade no sorriso único e irrepetível de um amor maior que a realidade projectada numa sociedade decadente, a admiração, o brilho no “olhar-eu” a minha maior e melhor qualidade és tu.

sábado, 1 de outubro de 2011

Devaneio

Os pensamentos surgem como lágrimas que percorrem o meu rosto…a cada gota uma memoria, um gesto a saudade…esqueço-me de mim.
Penso neste momento em tempos mágicos, viagens ao passado, premonições, olho para todos e nunca para dentro… virar a cara e ver as pessoas que perdi, esses que lembro até que seja a vez dos outros...passeio nos caminhos, troco o trajecto como se fintasse o meu próprio destino, apenas seguido por quem me ama incondicionalmente, assim, como sou…quem, como, onde, porquê…duvidas e teorias de conspiração, ideias de especialistas, limitados pelo enraizamento do seu acreditar, vendados pelos livros que leram, ideias de outros que vendem como suas…eu digo não ao pragmatismo das citações, sê livre, se te apaixonares que seja pela tua vida, escolhe amar-te e verás como é fácil ser feliz.

domingo, 7 de agosto de 2011

Amy Winehouse

Amy Winehouse

O estranho nome foi atraiçoando a pobre miúda, presa num mundo de teias perigosas que a levou a uma decadência impressionante. A forma como a sua vida foi completamente dominada por um vício é a imagem que tenho dos que vestem cor-de-rosa, onde tudo é fácil até o caminho para a morte.
A euforia dos fãs que se entregam aos impulsos do que é fixe, seguem os famosos como se fossem modelos, mesmo tendo consciência que o cachet daquela noite vai ser transformado em pó, vem ver o meu espectáculo e ajuda-me a comprar mais uma dose…este apelo não me convence, acho inclusivamente que, como diferenciamos os fumadores dos que não o fazem, deveria ser feita exactamente a mesma coisa com os artistas, as editoras, produtoras etc. Deveriam identifica-los tipo maço de cigarros ESTE ARTISTA CONSOME DROGAS, deixar à consciência de quem paga a decisão de contribuir ou não para mais uma pedrada, broa, cabra.

“A autópsia do corpo de Amy Winehouse foi inconclusiva e a polícia espera o resultado de novos exames toxicológicos para determinar a causa da morte, mas a família da cantora já possui uma teoria para a tragédia: Amy morreu porque largou a bebida.”


Lamento profundamente a perda de mais uma jovem, ainda por cima com um talento reconhecido, compreendo inclusivamente o esforço da família em tentar defender o indefensável. Alguém acredita que a autópsia tenha sido inconclusiva? Esta foi a vida que ela escolheu viver, “depressa e bem, não há quem” Amy Winehouse teve uma passagem efémera por este mundo por variadas razões, todas por culpa dela.
Haja coragem para dizer basta, STOP aos especuladores de talento que caçam o sucesso com bolsos cheios de droga, esses são os verdadeiros criminosos que enfeitiçam os miúdos com promessas de viagens rápidas até ao topo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

De repente

Dei comigo a pensar nas pessoas que conheço ou conheci e que morreram. Estranho reparar na falta que já não me fazem, a ausência foi deixando de ser notada e as recordações cada vez menos recordadas.

A minha primeira morte foi a de um avô, a única coisa que recordo são histórias contadas por outros, era famoso por uma característica física que o destacava, teria o maior pénis da freguesia (não foi geneticamente transmitido para gerações posteriores), não sei que tipo de assuntos seriam discutidos naquela era, mas sem dúvida que a pila do meu avô abriria telejornais. No dia em que foi levado para o hospital brincava alegremente como se nada fosse, a melhor forma de encarar a morte, algo natural que faz parte da vida.
O meu maior medo é de facto a saudade, deixar de ver alguém que amo, amigo, família, como ultrapassar a perda de alguém?
O vizinho Sr. António não é mais do que pequenos lampejos de recordação, um homem bom, já reformado, com uma vespa, estas que voltaram pela força da moda e da teoria da reciclagem, de quando em vez lembro-me dele.
Rato, um rapaz que conhecia como rival, ele gostava da minha namorada, mas até nem nos dava-mos mal, era um tipo porreiro mas com problemas relacionados com droga, infelizmente morreu cedo vítima dele mesmo e do mundo viciado que o matou, afogou-se quando pescava lampreia no rio Mondego.
O meu tio Narciso, foi o único amigo que tive num momento que mais marcou a minha vida, devo-lhe as visitas que me fez quando estava de cama doente como nunca espero voltar, parotidite seguida de duas orquites deram-me mais de seis meses de cama, no funeral lembrei-o como hoje em dia, com carinho.
Para além dos que partiram recordo, sobretudo os vivos, quem gostaria de ter perto de mim, infelizmente, por circunstâncias que nos são completamente alheias, somos afastados de quem gostamos, outras vezes por mero comodismo esquecemos de ligar, dar um olá…o tempo não pára e todos nós temos prazo de validade, quando damos conta já desapareceram inúmeras presenças habituais e que deixaram de ser encontradas por nós, gostaria de ser diferente, ter todos ao meu redor em contacto constante, um rodopio de beijos e abraços, amar principalmente os outros.

Admito que tenho muito medo da morte, não serve nenhum propósito, defendo-me como qualquer ser humano com dois dedos de testa, com a religião. 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Descalço,

Piso o frio gelado deste chão mapeado, a cada passo estranho o sentir a ausência de protecção, completamente despido de aparências, frágil e confiante, cabeça erguida, peito cheio, ombros para trás e o olhar perdido no horizonte.

A distância percorrida é delimitada por um muro de experiencias vividas que me impede de regressar, aos ombros as pessoas, os lugares e os momentos, sorrisos e lágrimas, gargalhadas e gritos, carícias e palmadas, beijos e pontapés, entro dentro de mim, percorro cada pormenor que me define, visito o núcleo pulsante da minha essência, fico sentado a ouvir cada pancada, vibro com as mudanças de ritmo, ouso uma aproximação tacteante, as mãos percorrem-me…o gesto faz-me balouçar num movimento absolutamente inebriante, como quem dança a musica do universo…abraço aquele músculo com tanta força que quase pára. Saio cambaleante, pelos caminhos de mim entro na cabeça…a velocidade das imagens é tão intensa que, aliada às explosões de luz, me fazem desligar o olhar, nesse exacto momento sou percorrido por um relampejar constante de memórias passadas, presentes e projecções do futuro de forma tão avassaladora que me faz desaparecer em mim…

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Viver...

Todos nós recordamos através de determinado perfume, musica, paisagem… coisas que, como uma poderosa máquina do tempo, nos Teletransportam para a felicidade de um momento.

Fecho os olhos e sinto o cheiro a café, na varanda da casa dos meus pais, era uma tarde quente recentemente baptizada por uma chuvada de verão, os meus dez anos faziam-me jogar à bola sempre, em qualquer lado…



Reclama a minha mãe com a quantidade de buracos nas sapatilhas recém compradas na feira.

O último de sete irmãos, mais pequeno e mimado de todos, a diferença de idade para os mais velhos, lançou-me num corrupio de encarregados de educação, e naquele tempo tínhamos a famosa “estalomotivação” que raramente funcionava. Confesso que até me comportava razoavelmente bem, os terrores da minha geração não me influenciaram, na escola apenas fui expulso uma única vez e já no secundário por algo que nem fui eu que fiz…

Os meus pais passaram por bastantes dificuldades, com tanta boca esfomeada era raro o pão e a sardinha, recordo apenas as palavras dos mais velhos que descreviam uma existência pobre, marcada pela fome, roupa maltrapilha, sapatos rotos…

O meu pai trabalhava na construção civil, andava sempre por fora e só vinha a casa ao fim-de-semana cheio de saudades da minha mãe (os métodos contraceptivos na altura eram caros), perdiam-se na conversa e passado nove meses lá vinha mais um, fui o último porque finalmente acertaram.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Notas…


Impressiona o quanto a música pode e influencia a minha vida. Entre várias incapacidades a de não saber tocar nenhum instrumento é das que me deixa mais triste…
Sempre fui alguém que acredita, sonha e faz sonhar, amo a criatividade, as curvas da mente…
Há momentos em que nada acontece…simplesmente não estou para ai virado e não, não estamos a falar de sexo. Horas em que o comodismo ganha e a imaginação cede à preguiça, as palavras não me seduzem, olho para as letras gastas do teclado e não falam comigo, aquele massajar de neurónios não me excita…tenho dias assim…

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Momentos nossos…


Saem as palavras a enorme custo, marcadas pela tristeza que só nós conhecemos. A dor foi imensa, mas a magia que nos une transformou a perda em esperança, cada lágrima num abraço forte, maior do que tudo.

Esperámos ansiosamente pelo instante em que finalmente iríamos confirmar o fruto da nossa união, ambos sentíamos que algo poderia não estar bem e defendemo-nos até ao último segundo. Infelizmente confirmaram-se os nossos piores receios, aquele momento em que vês o ar excessivamente profissional do médico, movimentos quase mecânicos, a inexistência de palavras sorriso…quando ele diz… enfim…pouco interessa o que se diz, já tínhamos percebido, escondemos a nossa troca de olhares, os castelos ruiram, fiquei sem reacção e centrei-me em ti meu amor, mais do que em mim pensei em nós, precisávamos sair dali o quanto antes, fugir e lamber as nossas feridas…não queria fazer nem ver-te chorar, mas sentia que isso seria bom para nós, fizemos o nosso luto num abraço mudo, trocamos beijos lindos lavados pelas lágrimas desta, que é apenas nossa, dor. 

Adeus sonho que partis-te, amei-te com tudo o que sou, fizeste e vais fazer sempre parte de nós, quero-te feliz onde Deus te levar….
Olho em frente, seco o teu e o meu rosto e juntos voltaremos a sonhar. 

sábado, 30 de abril de 2011

Dias de Chuva.

Tenho pensado bastante nestes últimos fenómenos da natureza, intempéries, terramotos, tornados, tsunamis etc. Acredito num grito de dor do planeta terra, uma espécie de pré-aviso de um julgamento que se aproxima.
Mais do que urgente é emergente mudarmos totalmente a forma como maltratamos o nosso habitat, a natureza agoniza…quando vou deitar o lixo fora, devidamente separado nos respectivos contentores de reciclagem, não posso deixar de pensar na diferença de tamanho entre os vários sacos, ganhando o plástico por enorme distancia, aliás, assim que chego das compras deito de imediato imenso plástico fora.
Surge ao longe um sussurro profético e catastrófico que me assusta imenso, estaremos a assistir ao tão anunciado fim dos nossos tempos? Tantos planos, historias, vivencias e vidas…agora que vou ser pai, é verdade…vou ser pai.

Só esta tremenda notícia abanou de tal forma os alicerces do meu ser que me recuso a pensar no fim, muito pelo contrário.
Um pedaço nosso, meu amor, cresce dentro de ti, é algo tão mágico que me preenche totalmente.

Sou feliz J

sábado, 2 de abril de 2011

Estou farto…


A energia escapa pelas mãos como uma cobra escorregadia, desistes de lutar contra a tua própria força de vontade, cedes à tua estúpida preguiça…o mundo não gira à tua volta, se não te mexeres ninguém te trará o sucesso que tanto anseias, prometes mais do que realmente vales. Pequeno Português de Portugal, marinheiro de outras águas, agarra a coragem pelos cabelos, carrega o teu orgulho atrás, nas costas, e grita por ajuda…que ajuda ???
Faço aqui um apelo aos que tão bem sabem porque o País se encontra nesta miséria, juntem-se a mim e vamos dar o nosso “grito do Ipiranga”, está na altura de sermos os donos do nosso destino (os espanhóis que se cuidem), vamos lamber as nossas feridas, arrasar com os nossos focos de infecção, fazer uma limpeza geral. O maior podre da nossa república são os homens que nos mal representam, orgulhosos, sedentos de poder, corruptos, ambiciosos, ladrões.
Caro concidadão se te sentes enrabado todos os dias quando acordas pela manha, chegas ao meio do mês sem cheta, fazes das tripas coração para te manteres à tona da água e mesmo assim continuas a afogar, olhas para o estacionamento de uma estação de serviço e te interrogas como é possível haver tanto BMW, Mercedes, Audi e outros tantos carros com matrícula ao meio, junta-te a mim e vamos cagar nas eleições, o voto é uma arma poderosa, vamos criar um novo partido EU VOTO EM BRANCO…

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Notas…

Impressiona o quanto a música pode e influencia a minha vida. Entre várias incapacidades a de não saber tocar nenhum instrumento é das que me deixa mais triste…
Sempre fui alguém que acredita, sonha e faz sonhar, amo a criatividade, as curvas da mente…
Há momentos em que nada acontece…simplesmente não estou para ai virado e não, não estamos a falar de sexo. Horas em que o comodismo ganha e a imaginação cede à preguiça, as palavras não me seduzem, olho para as letras gastas do teclado e não falam comigo, aquele massajar de neurónios não me excita…tenho dias assim.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O País está em pausa…


 A bomba já rebentou, formou-se um enorme cogumelo, o pessoal todo andou a fumar cenas estranhas fornecidas pela direita, charros esquisitos que davam cá uma broa…por momentos vi, juro, D. Sebastião a regressar de barco ali pelo Mondego acima, qual Leonardo Di Caprio, num abraço amoroso ao líder do PSD, que vestia um cai cai ás bolinhas laranjas e uma saia à Manuela Ferreira Leite, o penteado era igualzinho ao do Paulo, aquele que pensava que os submarinos eram patinhos de borracha (que coisa!!! com aquele feitio tão cilíndrico certamente que terá outras utilidades), fechemos as Portas ao desperdício…conheço mais do que…vá lá, pelo menos duas pessoas que fariam um excelente trabalho como timoneiros deste barco em afundanço.

O grande Exmo. Sr. Professor e Presidente Cavaco Silva…espera não pode ser, já la esteve e…basta ver onde estamos.

Que se lixe, punha lá o Lula da Silva, o gajo pode não ser Português de gema mas, num pais de naturalizações que melhor aquisição para a Selecção Nacional que este verdadeiro mago?
Na falta do Lula arranjam um polvo, podia não nos tirar da bancarrota mas pelo menos poupava-nos ás desilusões de mais um Europeu ao lado, façam contas.

sábado, 26 de março de 2011

O Primeiro caiu.

Caiu e vamos ver quanto tempo demora a levantar-se, a verdade é que era apenas o primeiro, os outros que virão depois e que o fizeram tropeçar também cairão, duvidas não tenho sobre a fragilidade da imagem do passos mal calculados de um projecto de líder.
Acho incríveis os vários discursos da direita em pulgas, parece que já ganharam as eleições… CALMA NA ASSEMBLEIA que o voto ainda é livre, mais do que isso é imprevisível… Deus queira e o homem faça que nesse dia de sufrágio, sopre uma suave brisa de sabedoria e de consciência patriótica, só assim os demais indecisos terão o verdadeiro poder de fazer com que os votos caiam no homem certo para o cargo.
PEC 1…PEC 2… PEC 3… PEC 4… PEC ….
Afinal a nossa NASA é o Parlamento, parece que entrámos em contagem para o lançamento estratosferico do País, ainda temos aquele barulho irritante de motor PEC…PEC… mas tirando isso a máquina está bem afinada, os pneus estão mais do que gastos e o combustível enche o deposito de ar e de contas para pagar. È verdade que o transito empancou na nova ponte sobre o Tejo, mas nunca é demais lembrar que o novo aeroporto e o TGV são alternativas muito válidas para revigorar as contas do orçamento…
FINALMENTE somos os melhores em alguma coisa. Quando prometemos e fazemos apelos á seriedade e necessidade de credibilização da política, acontece este autentico golpe de teatro que é derrubar um governo através de um PEC que vai mesmo ser aprovado independentemente de quem estiver no poder, será seguro dizer que mais valia estarmos em auto-gestão?
Os políticos estão loucos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Fragilidades.

Todos nós nos sentimos imortais, maiores e melhores do que todos os outros, infelizmente a realidade é bem menos simpática e como humanos somos meros seres de carne, organismos vivos com um funcionamento mecânico bem simples.


…sentado numa cadeira, no meio de um vastíssimo areal estou envolto numa manta bem grossa, pedi um chocolate quente ao serviçal e enquanto beberico aquele doce néctar observo o mar, as ondas revoltosas parecem querer sair, lutam uma e outra vez sem que as forças lhe faltem… neste uma conseguiu, a onda foi mais forte que todas as outras e arrastou-se pela areia, levantou-se mesmo ao pé mim, olhou-me com os olhos em àgua e perguntou-me como era, se tinha gostado da minha vida…ao inicio pensei que a morte me tinha vindo buscar, mas por muito que se fale em barcos, travessias e moedas nos olhos, sempre achara que a morte de foice na mão se ajusta muito mais à imagem de alguém ou algo que nos leva para o além, e se for marinheiro (convenhamos que a foice não será o objecto mais indicado para remar) e imaginem um remo na mão do mítico esqueleto do manto negro, não teria o mesmo impacto… Nesta idade já avançada os delírios eram constantes e aquele quadro pouco de extraordinária tinha para mim, mais um dia na minha vida…

Virei a cara com o olho franzido e respondi:

- Em muitas coisas tudo parece correr mal, sentes que Deus e o Mundo te abandonou, mas apenas até aquele momento, esse que é comum a todos, em que te sentes renascer, a vida dá uma volta de 180º o chão foge debaixo dos teus pés, flutuas como uma pena à mercê de qualquer pequena mudança no ar que te mantém vivo, ficas reduzido à verdadeira essência de um pequeno grão de pó neste livro fantástico que é a vida. Preocupas-te mais com os outros do que contigo, sentes que o fim existe e deixas-te tanta coisa por fazer e fazer que precisarias de vinte novas vidas para conseguires viver tudo a que tinhas direito…o tempo foi o teu maior bem e o que menos estimaste…hoje só me recordo jovem, sem obrigações nem prisões, feliz e livre ao lado de quem amo, despidos de preconceitos e medos caminhamos a nossa linha com o destino bem preso nas nossas mãos…

Os olhos abrem-se bem devagar, vêm a televisão ligada, no meu peito, segura num abraço quente de amor, vejo a minha mulher que dorme angelicamente, pego nela ao colo, chamo os gatos e a cadela e vou-me deitar.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Ode ao amor…

Prefiro pensar que todos nascemos de um momento de amor, vaidade suprema dos progenitores que de uma dança entre dois corpos nus, atraídos e traídos pelo que se vê, o mundo de cheiros que nos lança numa ansiedade incontrolável, o entumecer do garanhão que provoca e confirma a humidade cavernosa, qual Pais das maravilhas começa o entrelaçar de vontades, troca de gemidos e sucos, entre a curta e longa duração, pois o tamanho para o caso pouco importa, sempre finaliza com a explosão mágica através da qual Deus permitiu ao Homem equiparar-se-lhe…


Para os mais distraídos pode até parecer uma cena saída de um qualquer ritual animalesco, mas nunca tão longe da mentira, a realidade não se limita ao homem mas a todo o reino animal, o sexo é uma dádiva dos céus, por momentos qualquer um de nós pode sentir-se mais perto da felicidade total, unidos pela sexo e sobretudo pelo amor que une não só dois organismos vivos mas duas almas gémeas. Todos buscamos essa Utopia fabricada pelos ensinamentos e experiencias vividas, caberá na história o ser vivo que atingiu o ideal de felicidade?

sábado, 5 de março de 2011

Andei pela primeira vez de metro.

Ao metro lá andei perdido em busca de uma linha saída de um qualquer arco-íris…com quem sabe tudo é mais fácil e para marinheiro em estreia absoluta não correu nada mal, felizmente não me perdi, afinal é apenas um comboio ao metro.

Sempre que viajo de transportes públicos fico com aquele olhar curioso de quem imagina as histórias de quem viaja comigo, as pessoas cruzam-se e nem têm a noção de que, a qualquer momento, qualquer um de nós pode mudar o caminho traçado pelo malfadado comboio destino, basta um pequeno encontrão, um olhar mais indiscreto, um comentário menos feliz, um encosto matreiro ou um roçar maldoso.

A cada estação vejo o formigueiro em plena acção, entradas e saídas em breves três ou quatro irritantes apitos, está uma mulher, certamente emigrada de um País ainda mais “complicado” do que nós (se é que isso é possível) sentada na cadeira, acabou de comer um iogurte com uma satisfação indescritível, colocou-o num saco de papel de onde retirou uma sandes…entretanto o metro andou e ficou a sandes por comer…

Na estação seguinte vi um casal já vivido, que se apoiava em cada passo cuidadosamente preparado, de braço dado percorriam o espaço como se corressem contra o tempo, pensei; os funcionários do passado que representam e me apresentam o futuro. Quem sou eu? Afinal parecem felizes… Tenhamos todos a sorte de viver com um saldo maior de felicidade.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Moi...


A pensar nos meus problemas…pensar… olho de verdade para o que sinto… e o que sinto?
O trabalho põe-me nervoso, as pessoas, o tempo, a roupa, as palavras…
Sinto-me bem em casa, no sofá, deitado num abraço mudo…cheio de emoções. O silêncio que me dás diz-me tudo, deixa-nos completamente nus e expostos ao que outros gostariam de estar…tenho momentos de safadice como qualquer ser mais ou menos tarado, sei que me afasto diariamente do homem ideal, porque não quero ser perfeito, detesto sincronias e coisas politicamente correctas, cada dia que passa estou mais fardado, sou um pinguim no meio da multidão.
Incrível como pareço gostar cada vez mais do cinzento, a vida passa por mim num carro cinzento…ainda bem que te tenho e te amo na certeza de um arco-íris a teu lado, a forma como amas a vida, as pessoas e tudo o que me mete medo, o desespero de me agarrar à tua força e alegria de viver faz-me respirar um ar mais feliz, por um mero instante sou mais quem gostaria de ter sido.