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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Politiquices...


Este meu blog acaba por me servir de vala comum onde despejo os pensamentos politicamente incorrectos. O meu cérebro transfigura-se num pequeno monte de massa cinzenta com um bigodinho mal aparado, com uma cabeleira lambida e semeada em dia de tempestade.
Por falar em rectos hoje vou reflectir sobre a pobreza da politica num país de politicos de sanita. Nas épocas de sufrágio universal há dois tipos de cidadãos os que votam e o fazem com gosto e os que ficam em casa e não fazem uso do tão sofrido direito que outros lhe ganharam.
Haja vergonha, tão burro é quem vai votar nos que já lá estavam, como os que ficam sentados em casa à espera dos resultados. Como é possível depois de tantos anos, o Português de sobrenome maioria absoluta, ainda esperar pelo mais que torrado S. Sebastião, até José Mourinho já dá tácticas para vencer a crise. Bola para cá bola para lá ganha sempre a abstenção, pobres os que são coitados e não sabem como votar, já os que sabem e não o fazem…estão e deviam ser demitidos do cargo que insultam, ser cidadão é fazer uso dos direitos e cumprir com os deveres, votar faz parte dos dois. Lembro que na antiga Grécia apenas alguns tinham direito a voto, poucos os cidadãos que tinham que obedecer a determinadas exigências, porque não fazer um teste, um simples questionário para validar o voto de um cidadão? As pessoas votam na cor do partido, na cara do candidato, nas palavras bonitas de um bom orador, nas promessas de um mentiroso, raramente se vota em consciência nos projectos apresentados.
Votei Fernando Nobre, pelo homem, pelo facto de não ser politico mas principalmente por ser novidade, pelo discurso diferente, pela coragem de navegar contra-corrente, tive receio em uma ou outra situação, onde a experiencia de rua e oratória ficaram um pouco abaladas pelo cansaço de uma campanha honesta e esforçada, o balanço final acho que foi muito positivo e aqui ficam os parabéns.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Hoje.

Como nos outros dias sou um homem feliz…acordo sorridente porque o futuro promete, mas, estranhamente, espero pelo futuro como se fosse algo que apenas acontecesse, como se não tivéssemos de fazer nada por merece-lo, isso, no passado, tem-me custado caro…
Hoje como certamente amanha, estou consciente que sou dependente…admitir um vicio, este vicio, não é fácil, mas também não me torna um ser especialmente capaz, torna-me apenas vulgar, sou mesmo vulgar. Os outros, vocês que gostam de mim, e gostamos de outra pessoa porque a consideramos diferente de alguma forma, de todos os outros animais racionais ao cimo da terra - e não, não podemos gostar de todas as pessoas. Vocês que gostam de mim não percebem o esforço que faço para me tornar alguém, quando, na verdade sou tão dependente do outro para viver, como um ser vivo de oxigénio. È triste, eu sei…mas não sei viver sozinho, sinto-me tão pobre de espírito que conviver apenas comigo próprio tornar-me-ia numa besta histórica, tipo anti-génio…
O destino tem-me presenteado com amigos que realmente, certamente por caridade intelectual, gostam de conversar comigo e saber as minhas opiniões (?), incrível mesmo é o facto de eu as ter e conseguir coragem para abrir a boca e “bocejar” determinados vocábulos, que bem ordenadinhos até parecem fazer algum sentido… surpreendente…a natureza tem destas coisas inexplicáveis.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um dia de cada vez.

Olá, visito-te mais uma vez...querido papel, também é de ti que sinto falta, do teu mais do que quente abraço de consolo, do teu desafiar de mente. Dia a dia percebo o amarrotar da imaginação outrora bem ginasticada.
Estou feliz, sabes a historia de amor que tenho vivido, na  e para a qual saltei de cabeça, sem medos totalmente entregue, sou feliz graças à sorte de ter encontrado alguém que me ama verdadeiramente...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Bloqueio

Todos os dias passo por aqui só para ver como estás, bem sei que não me falas há imenso tempo, mas não posso deixar de te procurar, a esperança de voltar a escrever-te como fiz durante tanto tempo…a inspiração arredou-se de mim, lentamente… como se fugisse de algo inevitável. És o meu papel em branco, mas mais do que um simples instrumento para catalisar a minha vida, serves de conselheiro, confidente…amigo. Perdi as vezes que apago de nós partes de mim, porque não o sinto corresponder ao que vivo, quero que voltes, não como uma mera realização pessoal mas como parte deste ser que tão bem conheces e nunca recusas-te. Agora mergulhado no sonho de ter uma existência finalmente feliz e preenchida com a alegria que outrora me prometeste, quero partilhar estes momentos magia também contigo, tu que me seguras-te a mão e as lágrimas, confortas ainda este velho coração que reaprendeu a amar, quero dar-te a conhecer a pessoa que me fez voltar a acreditar no destino, no amor que salta do meu peito como uma criança que acabou de aprender a brincar.
Entrego o meu amor a uma mulher fantástica, ela descobriu-me… melhor, descobrimo-nos numa noite sem igual, este conto, que de fadas apenas têm a minha princesa, é agora a razão de viver, respiro por esta história da qual também me tornei autor e personagem, por mais que tente, este não é um dos meus contos onde tudo sabia e antecipava o final com a frieza de um Deus menor e omnisciente… sou vitima do imprevisível e estou a amar cada pedacinho deste céu que me abraçou. Do futuro apenas sei que o anseio mais do que tudo porque estou certo que sou e serei muito feliz a teu lado meu amor, FILIPA

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pedaços

Amar é um animal esfomeado, necessita de muito alimento, tem de ser tratado com cuidado e muita dedicação…
Definir o que sinto ao longo dos vários Presentes que tive na minha vida nunca foi tarefa fácil, apesar de querer e dedicar-me a escrever o que me invade a mente, jamais consegui satisfazer esta minha vontade de me sentir despido pelas palavras, de tirar palavra a palavra pequenos pedaços de mim, de agarrar num belo naco de quem sou e mostrar aos outros
-Toma, vês? Este sou eu. Eu sou assim…
Sem margem para erro, sem possibilidade de más interpretações, revelar-me somente na verdade do que sou.
Hoje como sempre, mascaro o corpo e a alma que uso, como se fossem meus, de acordo com as pessoas que me rodeiam, tenho esta triste capacidade camaleonica de me adaptar com facilidade às situações, fazendo ou dizendo o que os outros me esperam…aprendi contigo que a simplicidade é o melhor caminho para nos encontrarmos…
Filipa, AMOR, é tão deliciosamente embriagante olhar-te e não apenas ver-te mas absorver tudo o que significas. Acordar ao teu lado é fantástico, o calor do teu corpo diz-me que te quero como tu me desejas, o toque lento e provocador segue-se de uma pequena mordida de orelha…recordas-me partes de mim que não sabia que existiam, descubro prazeres escondidos e sentimentos perdidos.
Amar-te é tão fácil que está em constante crescimento, preenches-me totalmente, sou para ti o amor que te tenho, simples, sincero e nosso.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Cultura da vergonha

É mais uma questão cultural que outra coisa, até que compreendo a necessidade dos familiares e amigos em tentarem fazer algo por alguém que julgam merecer essa atenção, mas quem mata, quem retira a vida a alguém da forma como o Renato barbaramente fez, mutila e castiga um corpo já sem alma, fica ele próprio condenado em vida a um futuro sem sentido, pois não passa de um assassino e deve ser julgado como tal.
Em Portugal a homossexualidade é olhada com desconfiança, com desdém, como uma doença...haja vergonha e sejam sinceros, há muita gente que esconde a sua homofobia atrás de cordões de apoio, não foi sequer de espantar a participação de um clérigo nesta manifestação vergonhosa, afinal é a própria igreja a imagem dos que perseguem o homossexual.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Confissões

A história que ainda agora começou, conta-se pela boca de duas pessoas que se encontraram no acaso… Por acaso, reconheço o meu reflexo e procuro reflectir quem sou em ti. Os teus cabelos enlaçam-me a atenção e são apenas o inicio de um caminho que ainda percorro, a cada olhar sinto-me completamente vulnerável, exposto a ti, tu, que em mim, só serás conjugada na primeira pessoa, assim faz sentido, justifica o Mundo.
Hoje vejo as folhas do Outono no chão, cores que nostalgicamente me fazem recordar um menino brincadeiras… sinto que a sua fisionomia não me é estranha, observo-o e sei que ele reparou em mim, faz-me lembrar alguém, quem? Tem arte o miúdo, joga à bola com um sorriso aberto nos lábios, corre como se não houvesse nada mais importante, e naquele momento, é verdade, não havia. A bola é feliz nos pés daquelas crianças, salta, rebola e rola, de pé em pé passa o tempo e a ausência de se preocuparem com a realidade dos outros, esta era só minha… Chuto, finto, caio e tranco a perna a um colega que se levanta e marca falta, com medo do golo refilo com o jogador arbitro, não adianta, é penalti.
Afasto-me dali por instantes e um casal de jovens namorados passa por mim, nem repararam que estava ali, trocam beijos e carícias num bailado de descoberta mágico que os lança na aventura dos sentidos, exploram o seu próprio corpo e a sexualidade. Para eles tudo é perfeito e o resto, inexistente. Ameaça chover e vejo-os a abrigarem-se num canto menos exposto e protegido. Saio dali a passo largo, encosto-me numa paragem de autocarro.
A chuva cai sem piedade, os pingos gelados fazem-me tremer, subitamente, como se viesse em missão divina, surge uma voz, num tom suave e doce, oferece um espacinho debaixo do seu guarda-chuva, aceito de bom grado e junto-me bem arrumado ao seu lado esquerdo, já não tremo de frio. A cada gesto e palavra o corpo responde tremido pela timidez. Quando me diz o seu nome o meu coração dispara… cada uma daquelas letras também é minha, excepto a última que é própria do género e da sua condição feminina, ri-se com uma luz que me aquece eternamente a alma. O toque não engana, é mágico, desenha um arco-íris fantástico, cheio de cores jamais vistas, o sol é só nosso. Levitamos enfeitiçados pela certeza de nos termos finalmente encontrado, surge o primeiro beijo, sobressaltado pela surpresa de um momento bem aproveitado, a reacção de espanto foi enfatizada pela sintonia do sabor, pelo roçar aveludado de dois corpos que anseiam revelar-se na homenagem do desejo ao amor… Fomos, somos e seremos para sempre apaixonados, como pela primeira vez eternamente repetida, é assim que te conheço e que te amo.