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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Eu

Sou um adulto meio crescido. Serei meio adulto? Uma criança grande? Acho que estou a viver uma adolescência tardia, tão tardia que demora… Ameaça mesmo perdurar para o resto da minha vida. Confesso que é um plano de longa data, descobri o segredo da eterna juventude (rói-te de inveja Godinho), esta sensação permanente de boa disposição, com sorriso a tira colo…
A responsabilidade assalta-me como uma necessidade mas com prioridades bem definidas, encaro a realidade com um crivo muito selectivo, aprendi, a custo, a deixar o cinzentismo sisudo dos super-valorizados problemas, a maior parte das vezes dos outros, nas telas dos impressionáveis. Sou um céu livre, completamente azul, ao fundo -podes ver- o Sol lança raios de felicidade que tornam a vida tão simples… Ouço, em coro, as vozes dos eucaliptos que cantam ao vento… Quem me dera poder traduzir o que dizem, queria a magia de perceber tudo e todos, imagino uma dança gigantesca de sons, histórias e letras de outros tempos que foram outrora agora e que relembram, ao tempo, o ciclo da vida. Acredito que sou para sempre, jamais perderei a minha existência por mero capricho do que tem de ser, nunca tenho de ser…
Olho para a existência como ela merece… o brilho das estrelas numa noite sem luz artificial, a beleza da Lua cheia num Universo morto, o calor e o crepitar de uma fogueira de Inverno, o cheiro a terra numa chuvada de verão e as gotas frias de pequenas partes do céu que me acordam o corpo num arrepiante grito de vontade…sinto tudo porque me acordaste…

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