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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

E depois do trabalho.

As horas passam e as rotinas continuam as mesmas, dias que dão em semanas, meses em anos…quando nos perguntam quem somos, a resposta acaba sempre onde começa o ponto do relógio, confundimo-nos com o que fazemos, afinal seremos o que fazemos?
Avalio pormenorizadamente cada segundo, consigo perceber que não me sinto definido. Não sou o que faço…
A inquietude permanece.
Para a maioria dos outros a resposta fácil serve, e eu? Terei de procurar profundamente até encontrar a forma mais radical do “eu” que ainda não encontrei.
Quem és tu?
Nasci a doze de Junho de mil novecentos e setenta e nove, a horas que desconheço, a minha mãe diz-me, como aos outros seis, que foi por volta das quinze horas, giro como resolve facilmente a questão, afinal fui o último de sete partos, com os meus um metro e oitenta e seis centímetros sou o mais alto da família, tenho cabelo preto, olhos castanhos e o nariz grande (sinal de inteligência), peso, entre varias alternâncias, mais do que devia, mas os cerca de noventa e cinco quilos não me fazem ocupar mais espaço à vista, casado e feliz, partilho a casa com uma cadela, um gato, uma gata e neste momento estou sentado no sofá com auscultadores nos ouvidos a ouvir musica e a escrever este texto, a meu lado está a minha -que é muito ela - mulher que lê um livro, os gatos e a cadela deitados ao calor da lareira. Definir-me é no fundo descrever o que me rodeia. Através dos gostam de mim olho no mais indiscreto espelho do mundo…espelho meu não me escondas e responde, afinal quem sou eu?

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