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domingo, 18 de abril de 2010

Em Casa...


Cá estamos...

Em casa, sozinho, ouço apenas os pequenos pássaros a cantar, esse som vindo doutras historias faz-me viajar... como por uma porta mágica recuo à minha inocência, que de um certo modo não deixou de existir, apenas está adormecida num recanto qualquer dentro de quem sou. É verdade ela aparece, fico muitas vezes estupidamente surpreendido, como se já não soubesse quem sou, com as sensações provocadas por aquele momento menos calculado, apenas possível pela distracção de um sonhador incauto.
Está na hora de acordar, ecoa o trovão como se me desse um choque poderoso...
Noutras alturas, a minha vida era feita de sonhos, passava a vida a viajar, a navegar pelos oceanos da mente, e como mentem os nossos sonhos...vale a pena acreditar. Nem que seja por um mero instante conseguimos sentir a felicidade, como se ela respirasse por nós, temos o mundo dentro da nossa mão, fechamos o punho como quem guarda um segredo precioso, escapam um pequenos raios de luz azul que deixam antever algo de extraordinariamente mágico, fechamos com mais força, apertamos bem, contrariados e sem capacidade para segurar toda aquela magia deixamos por fim sair entre dedos a realidade...a luz "acizentara-se", as nuvens pesadamente escuras impedem a entrada do sol, as pessoas andam de olhar caído, como se procurassem a dignidade, as cores partiram, já não há arco-íris, o verde secou tornou-se num castanho mórbido, o mar recolheu os seu imensos braços e parou as ondulações do seus bonitos cabelos...

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