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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ultimo…


Adormeci a pensar nas colheres que ficam ali, umas debaixo de todas as outras, os garfos, facas, copos e pratos que ficam à espera, nunca são usados, teimamos em tirar sempre o que está por cima, não nos damos ao trabalho de trocar os últimos pelos primeiros. Passam a vida na expectativa, brilham como nenhum outro, detêm o segredo da eterna juventude.
Hoje foi dia dos últimos, deveríamos ter um dia dedicado aos que nunca conseguiram ganhar, os que jamais pensaram ser reconhecidos pelo facto de ficaram em baixo ou atrás dos penúltimos, porque há vitorias que só os últimos conhecem.
Vamos vestir aquele par de “jeans” que até pensávamos ter deitado fora, uma “sweat” bem gasta e aqueles ténis velhinhos que gostava tanto, saímos à rua com o típico cheiro mofante dos anos 30, as bolas de naftalina saltam de alegria nos bolsos do blazer dos casamentos, as recordações são abafadas pelas cabeças voltadas na rua (estou cá com um estilo), agora já sei o que sente uma louraça de minissaia numa rua cheia de mestres de obra.

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