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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Moi...


A pensar nos meus problemas…pensar… olho de verdade para o que sinto… e o que sinto?
O trabalho põe-me nervoso, as pessoas, o tempo, a roupa, as palavras…
Sinto-me bem em casa, no sofá, deitado num abraço mudo…cheio de emoções. O silêncio que me dás diz-me tudo, deixa-nos completamente nus e expostos ao que outros gostariam de estar…tenho momentos de safadice como qualquer ser mais ou menos tarado, sei que me afasto diariamente do homem ideal, porque não quero ser perfeito, detesto sincronias e coisas politicamente correctas, cada dia que passa estou mais fardado, sou um pinguim no meio da multidão.
Incrível como pareço gostar cada vez mais do cinzento, a vida passa por mim num carro cinzento…ainda bem que te tenho e te amo na certeza de um arco-íris a teu lado, a forma como amas a vida, as pessoas e tudo o que me mete medo, o desespero de me agarrar à tua força e alegria de viver faz-me respirar um ar mais feliz, por um mero instante sou mais quem gostaria de ter sido.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ultimo…


Adormeci a pensar nas colheres que ficam ali, umas debaixo de todas as outras, os garfos, facas, copos e pratos que ficam à espera, nunca são usados, teimamos em tirar sempre o que está por cima, não nos damos ao trabalho de trocar os últimos pelos primeiros. Passam a vida na expectativa, brilham como nenhum outro, detêm o segredo da eterna juventude.
Hoje foi dia dos últimos, deveríamos ter um dia dedicado aos que nunca conseguiram ganhar, os que jamais pensaram ser reconhecidos pelo facto de ficaram em baixo ou atrás dos penúltimos, porque há vitorias que só os últimos conhecem.
Vamos vestir aquele par de “jeans” que até pensávamos ter deitado fora, uma “sweat” bem gasta e aqueles ténis velhinhos que gostava tanto, saímos à rua com o típico cheiro mofante dos anos 30, as bolas de naftalina saltam de alegria nos bolsos do blazer dos casamentos, as recordações são abafadas pelas cabeças voltadas na rua (estou cá com um estilo), agora já sei o que sente uma louraça de minissaia numa rua cheia de mestres de obra.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Solidão...

Entre as notas de "je ne regret rien" deixo cair as letras que formam esta vontade de dizer que está tudo mal, todos nós andamos a pensar em demasia no que fazemos ao invés no que deixamos de fazer, haja coragem de dar a outra face e perante o eterno adiar do "amanha faço alguma coisa" levantar o rabo XXL do comodismo em que o sentámos e gritar...gritar tão alto que a nossa voz acorda a generosidade dos que vivem à nossa imagem. Deixemo-nos de egoismos exacerbados pela vitimização constante, os outros têm sempre mais culpa do que eu...
Tu não sabes o que me habita a mente, porque desato a chorar no momento em que vejo alguém marcado pela vida?

Olho as rugas e leio a historia que não querem contar, olhos pintados pelas olheiras suadas nas inúmeras noites sem dormir, cumprimento o mapa de calos trabalhados escondidos numa prateleira de um qualquer hipermercado. Os domingos trazem a farda aprumada, o cabelo lambido a sabão azul, o toque chique do lenço classico, a barba impecavelmente aparada com um intenso cheiro a Old Spice...
hoje dançamos as vidas dos que somente a lembram, através de uma janela aberta apenas para o passado, esperam pela morte, sem filhos, netos, amigos, os conhecidos...visitas? Uma vez por dia as meninas em trabalho social, deixam o prato que ganhámos em toda uma vida de esforços, que alegria felicidade de poder partilhar nuns segundos toda a experiência acumulada, a excitação, quero falar mas não devo, se falo demais elas não voltam, pensam que o chato sou eu... calado no meu canto agradeço a comida quente  e despeço-me de mais uma oportunidade de ensinar outros a sonhar, porque meus amigos, tive uma existência cheia de magia, truques e sabedoria, tudo ensinei e aprendi, mas pensar??? uma coisa que sei é que vale a pena agarrar o sonho que nos vai no pensamento, pois esse é livre, sem obrigações nem limitações, sem leis nem regras, sonhar é viver...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Saca do saca corks.

Saca o saca rolha abre o Carlos castro…mas antes disso dá-lhe umas boas cacetadas na cabeça, uns murros bem assentes, tira-lhe o olho fora da mesma maneira como ele empurrou e voltou a empurrar o teu para dentro e como tu devias gritar do fundo das tuas entranhas violentadas, não, não, paneleiro nunca mais…caro amigo tens de esclarecer bem as tuas orientações sexuais, pois o meio prisional dos E.U.A. não será bom conselheiro, quere-me até parecer que os saca corks não devem abundar nas celas.





Haja respeito pela vida humana

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Há dias assim.

Em que me levanto a correr, cheio de vontade de mudar o Mundo, tudo parece correr bem até ao momento, aquele menos preciso que corre mal, pequeno percalço, nada de importante o primeiro de um rol que me destrói a moral, deita abaixo qualquer boa disposição…
O almoço engole-se, o estômago entra em rebuliço e a disposição entra num poço sem fundo, quero gritar com todos os que se cruzam comigo, agarrar numa arma de destruição maciça e acabar com todos os sorrisos obrigatórios, os olás e tudo bens que somos obrigados a proferir como quem nunca espera por resposta.
Estou farto de tudo, quero espaço e tempo para respirar um pouco a minha má disposição, quero ficar mal disposto durante um bom bocado.
Não me entendam mal, gosto muito da minha vida, mas nem sempre a toda a hora…
Infelizmente tenho que aturar algumas pessoas que me são impostas pela sociedade e pelo papel que nela desempenho, os amigos somos nós que escolhemos, e esses, garanto, são poucos e escrupulosamente seleccionados. Todos os outros não passam disso mesmo, um mero vocábulo que os junta no mesmo saco.
Sejam felizes com quem vos quer bem, respeita e se preocupa.