Muito se escreve sobre a Crisis…imagino-a
como uma mulher enrugada, com sombra bastante carregada nos olhos, Báton Ferrari
nos lábios, carradas de rímel e muita base na cara, um bigode de fazer inveja
ao Artur Jorge e uma atitude que envergonharia o próprio Adolfo, marcada pela
vida, a digníssima viúva negra do velho do restelo e presidente da liga dos acérrimos
defensores da raça ariana e do acentuar das diferenças sociais.
Esta agora renovada rapariga, faz
de Portugal o seu habitat natural, onde se alimenta dos parcos recursos locais,
rouba aos pobres para dar aos ricos e engrandece-se a cada medida de
austeridade. Paira sobre a bolsa de cada um de nós, brinca às escondidas com os
trabalhadores…Ora tens dinheiro para comer e dar de comer á tua família ora não
tens um centavo para comprar pão. Os iluminados que lhe servem de escravos,
louvam a sua crueldade com sacrifício das massas, abusam da demagogia, iludem
os votos que lhe caem nas urnas dos que se matam a trabalhar e, como que por
artes mágicas, destroem este País Maravilha.
Há os que depois da pilhagem
correm pelas cordas em busca de paraísos, esses que enchem os cofres com o suor
dos outros, nós a quem pedem o sacrifício de ouvir e calar, o esforço de
trabalhar o dobro por metade da recompensa, as mulheres e homens coragem que
assistem do alto da sua obrigação diária de manter a cabeça à tona de água, a este
verdadeiro atentado à Democracia, à liberdade e principalmente à igualdade,
resta-nos pagar as dividas alheias e ainda sermos responsabilizados pelo Estado
da Nação.
È imperativo cortar na despesa,
despedir funcionários, aumentar impostos, tirar ordenados, acabar com o Sistema
Nacional de Saúde, destruir o Sistema de Ensino, patrocinar a emigração…
Amarelos são os campos da cor das
cotas Europeias e da fome que irá marcar Portugal nos próximos anos…